Volume residual gástrico como verificação de tolerância alimentar enteral em recém-nascidos de baixo peso e lactentes

revisão da literatura

Autores

  • Luís Cláudio Santos Pinto Universidade do Estado do Pará
  • Mauro de Souza Pantoja Universidade do Estado do Pará
  • Marcus Vinícius Henriques Brito Universidade do Estado do Pará
  • Mariela Carolina Santos Carballo Universidade do Estado do Pará

DOI:

https://doi.org/10.4322/prmj.2017.020

Palavras-chave:

esvaziamento gástrico, recém-nascido de baixo peso, lactente

Resumo

Introdução: A ocorrência de intolerância à iniciação dietética lipídica e proteica enteral em prematuros é comum. Esta dieta enteral deve ser iniciada, ao mesmo tempo, de forma gradual e precoce para evitar a depleção nutricional, a qual poderá levar a uma condição de desnutrição se não for tratada. Para determinar se a nutrição enteral está progredindo de forma satisfatória, existem certos parâmetros como o volume residual gástrico (VRG), usado para determinar se recém-nascidos de baixo peso (RNBP), de muito baixo peso (RNMBP) e lactentes se mostram tolerantes à progressão deste modelo dietético.Objetivo: realizar uma revisão da literatura médica, em bases de dados indexadas, para verificar se a determinação do VRG se mostra como ferramenta eficaz na predição da correta progressão da dieta enteral em RNBP, RNMBP e lactentes. Método: Verificar a importância da utilização do VRG como ferramenta de acompanhamento nutricional os autores buscaram artigos com as palavras-chave: esvaziamento gástrico, recém-nascido, baixo peso, lactente. Foram encontrados 47 artigos em três bases de dados científicas em um período de busca entre fevereiro e abril de 2018: Pubmed, Portal da Biblioteca Virtual em Saúde (LILACS eMedline) e Biblioteca Cochrane. Apenas vinte e três trabalhos foram considerados por apresentarem a VRG como método para verificar a tolerância dietética enteral em RNBP, RNMBP e lactentes. Nenhum artigo foi excluído pelos parâmetros de idioma ou data de publicação. Conclusão: Apesar de ser uma prática rotineira nos serviços de unidades de terapia intensiva neonatal verificar a tolerância à alimentação enteral no RNBP e lactentes pelo VRG, não há consenso entre os diferentes protocolos de serviço encontrados na literatura, não sendo possível, no momento, estabelecer o VRG como um parâmetro validado na avaliação da progressão dietética enteral nessa população.

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Biografia do Autor

Luís Cláudio Santos Pinto, Universidade do Estado do Pará

Mestrando do Programa de Mestrado em Cirurgia e Pesquisa Experimental – CIPE, Universidade do Estado do Pará – UEPA.

Mauro de Souza Pantoja, Universidade do Estado do Pará

Professor do Programa de Mestrado em Cirurgia e Pesquisa Experimental – CIPE, Universidade do Estado do Pará – UEPA.

Marcus Vinícius Henriques Brito, Universidade do Estado do Pará

Coordenador do Programa de Mestrado em Cirurgia e Pesquisa Experimental – CIPE, Universidade do Estado do Pará – UEPA.

Mariela Carolina Santos Carballo, Universidade do Estado do Pará

Mestranda do Programa de Mestrado em Cirurgia e Pesquisa Experimental – CIPE, Universidade do Estado do Pará – UEPA.

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Publicado

2017-09-28

Como Citar

Pinto, L. C. S., Pantoja, M. de S., Brito, M. V. H., & Carballo, M. C. S. (2017). Volume residual gástrico como verificação de tolerância alimentar enteral em recém-nascidos de baixo peso e lactentes: revisão da literatura. Pará Research Medical Journal, 1(2), 1–5. https://doi.org/10.4322/prmj.2017.020

Edição

Seção

Artigo de Revisão