Malformações congênitas do sistema nervoso como causa de mortalidade infantil no estado do Pará no período de 2007 a 2016
DOI:
https://doi.org/10.4322/prmj.2017.025Palabras clave:
malformações congênitas, sistema nervoso, mortalidade infantilResumen
Objetivo: Analisar a ocorrência das malformações congênitas do sistema nervoso como causa de mortalidade infantil no Estado do Pará no período de 2007 a 2016. Método: Estudo descritivo-quantitativo-ecológico realizado no Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde do Estado do Pará. Foram incluídos os registros de crianças nascidas de mães residentes no Estado do Pará e que faleceram com menos de 1 ano, tendo como causa básica ou consequencial a malformação congênita do sistema nervoso. Resultados: Os óbitos por malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas representaram 17,3% (4.219) do total dos óbitos em menores de 1 ano e dentre estes aqueles decorrentes das malformações congênitas do sistema nervoso constituem 21,3% (900). A taxa média de mortalidade infantil para o período foi de 17,2 óbitos em cada 1000 nascidos vivos e a taxa por malformações congênitas do sistema nervoso contribuiu com aproximadamente 3,5%. Dentre as principais malformações congênitas do sistema nervoso encontrou-se a hidrocefalia congênita (32,5%), anencefalia e malformações similares (25,9%), outras malformações congênitas do cérebro (17,2%), e a microcefalia (6,4%). A sobrevida dessas crianças no primeiro ano de vida foi 10,2%. Conclusão: A análise das características do obituário por malformações congênitas do sistema nervoso no Estado do Pará permite identificar a fragilidade do planejamento reprodutivo e do pré-natal na prevenção dessas malformações, assim como a necessidade de implementar cuidados que possibilitem uma maior sobrevida dessas crianças e o apoio tanto para elas quanto para seus familiares.
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Citas
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