Uma série histórica da incidência de Tuberculose no Pará entre os períodos de 2015 a 2019
DOI:
https://doi.org/10.5327/prmj.2022.007Palavras-chave:
tuberculose, atenção primária à saúde, epidemiologiaResumo
Objetivo: Demonstrar a incidência da Tuberculose no período de 2015 a 2019 no Estado do Pará e descrever o perfil epidemiológico dos pacientes analisados. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo do tipo série histórica, utilizando-se o banco de dados Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados: Foram notificados 23064 casos de Tuberculose 2015 a 2019, com aumento no número de diagnósticos crescente ao longo desse período. A maioria dos casos foi em homens (66%). A faixa etária mais incidente foi a de 20−29 anos de idade (26,6%) e os pacientes classificados como da cor parda foram os mais afetados (74,7%). A incidência de tuberculose foi maior em pacientes com escolaridade entre 5ª e 8ª série do Ensino Fundamental (17%). Um aumento crescente também foi percebido na notificação de casos em pacientes que convivem com vírus da imunodeficiência humana, pacientes tabagistas e na população privada de liberdade. Conclusão: Percebe-se que a Tuberculose ainda é um problema com incidência alta e crescente no Estado do Pará. Deve-se investir em uma assistência primária de qualidade para que existam mais diagnósticos precoces no intuito de que o tratamento seja efetivo e assim a cadeia de transmissão possa ser interrompida. São necessários também investimentos para mudanças de teor socioeconômico, englobando tanto problemas de saneamento básico e alterações de infraestrutura no sistema carcerário brasileiro.
Downloads
Referências
World Health Organization Global. Tuberculosis Report 2020. Genebra: World Health Organization; 2020.
Brasil. Boletim Epidemiológico – Tuberculose 2020 [Internet]. 2020 [acessado em 29 jan. 2022]. Disponível em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/24/Boletim-tuberculose2020-marcas--1-.pdf.
Kozakevich GV, Silva RM. Tuberculose: revisão de literatura. Arq Catarin Med [Internet]. 2016;44(4):34-47.
Brasil. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil 2019. [Internet]. 2019 [acessado em 29 jan. 2022]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
Silva DR, Rabahi MF, Sant'Anna CC, Silva-Junior JLRD, Capone D, Bombarda S, et al. Diagnosis of tuberculosis: a consensus statement from the Brazilian Thoracic Association. J Bras Pneumol. 2021;47(2):e20210054. https://doi.org/10.36416/1806-3756/e20210054
Rodrigues MW, Mello AGNC. Tuberculose e escolaridade: uma revisão da literatura. RIAI [Internet]. 2018;4(2):1-12. https://doi.org/10.17561/riai.v4.n2.1
San Pedro A, Oliveira RM. Tuberculose e indicadores socioeconômicos: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Publica. 2013;33(4):294-301. https://doi.org/10.1590/s1020-49892013000400009
Silva LR, Visgueira AF, Oliveira NL, Rocha MEMO. Variáveis epidemiológicas da infecção pelo HIV em gestantes. Rev Enferm UFPI. 2016;5(1):34-9.
Massabni AC, Bonini EH. Tuberculose: história e evolução dos tratamentos da doença. RBM [Internet]. 2019;22(2):6-34. https://doi.org/10.25061/2527-2675/ReBraM/2019.v22i2.678
Pereira LFS, Maués CRF, Carvalho AJS, Lima AS, Bezerra NV. Epidemiologia da tuberculose no estado do Pará. Braz J Hea Rev. 2019;2(2):800-8.
Belo MTCT, Luiz RR, Hanson C, Selig L, Teixeira EG, Chalfoun T, Trajman A. Tuberculose e gênero em um município prioritário no estado do Rio de Janeiro. J Bras Pneumol. 2010;36(5):621-5. https://doi.org/10.1590/S1806-37132010000500015
Holmes CB, Hausler H, Nunn P. A review of sex differences in the epidemiology of tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis. 1998;2(2):96-104. PMID: 9562118
Basta PC, Marques M, Oliveira RL, Cunha EA, Resendes AP, Souza-Santos R. Desigualdades sociais e tuberculose: análise segundo raça/cor, Mato Grosso do Sul. Rev Saúde Pública. 2013;47(5):854-64. https://doi.org/10.1590/s0034-8910.2013047004628
Castelo Filho A, Kritski AL, Barreto AW, Lemos ACM, Ruffino Netto A, Guimarães CA, et al. II Consenso Brasileiro de Tuberculose: diretrizes brasileiras para tuberculose 2004. J Bras Pneumol. 2004;30(Supl 1):57-86. https://doi.org/10.1590/S1806-37132004000700002
Jamal LF, Moherdaui F. Tuberculose e infecção pelo HIV no Brasil: magnitude do problema e estratégias para o controle. Rev Saúde Pública. 2007;41(Supl. 1):104-10. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000800014
Santoro-Lopes G, de Pinho AM, Harrison LH, Schechter M. Reduced risk of tuberculosis among Brazilian patients with advanced human immunodeficiency virus infection treated with highly active antiretroviral therapy. Clin Infect Dis. 2002;34(4):543-6. https://doi.org/10.1086/338641
van Zyl Smit RN, Pai M, Yew WW, Leung CC, Zumla A, Bateman ED, et al. Global lung health: the colliding epidemics of tuberculosis, tobacco smoking, HIV and COPD. Eur Respir J. 2010;35(1):27-33. https://doi.org/10.1183/09031936.00072909
Wen CP, Chan TC, Chan HT, Tsai MK, Cheng TY, Tsai SP. The reduction of tuberculosis risks by smoking cessation. BMC Infect Dis. 2010;10:156. https://doi.org/10.1186/1471-2334-10-156
Diuana V, Lhuilier D, Sánchez AR, Amado G, Araújo L, Duarte AM, et al. Saúde em prisões: representações e práticas dos agentes de segurança penitenciária no Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(8):1887-96. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2008000800017