Prevalência de anemia no arquipélago do Marajó: um retrato dos municípios de Anajás e Portel, Pará, Brasil

Resumo

Objetivo: o trabalho objetiva fornecer informações epidemiológicas sobre a prevalência da anemia nos municípios de Anajás e Portel. Método: o estudo apresenta delineamento transversal, envolvendo amostra probabilística de 1.151 participantes, selecionados no ano de 2012. As amostras sanguíneas foram processadas em contador hematológico automático, onde os dados obtidos foram analisados nos programas Epi info 7 e BioEstat 5.3. Resultados: a prevalência de anemia na população de Portel foi 28,3%, com predomínio de anemia de grau leve (63,1%), já Anajás apresentou a maior taxa de anemia (40,2%), com predomínio de anemia moderada (43,3%). Em ambos os municípios, os grupos que apresentaram associação com a anemia foram as crianças de 6 meses a 4 anos e as mulheres ≥15 anos. As alterações eritrocitárias comuns nas populações foram as baixas na hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), entretanto em relação ao grau de variação de tamanho das hemácias (RDW) e volume corpuscular médio (VCM), Anajás obteve valores predominantemente normais (>65%), constando assim a prevalência da anemia normocítica hipocrômica sem anisocitose, já Portel apresentou predomínio de VCM baixo (56,4%) e RDW elevado (67,1%), registrando assim a prevalência de anemia microcítica hipocrômica com anisocitose. Conclusão: a anemia nos municípios é uma realidade, principalmente nas crianças jovens e mulheres. Anajás apresentou maior prevalência de anemia, com maioria dos casos relacionados com doença crônica, já em Portel a anemia apresentou menor prevalência, estando na maioria dos casos relacionadas a carência do ferro. Para ambos os municípios é evidente a necessidade de adoção de políticas voltada à estruturação social, implementação de programas de suplementação nutricional e de controle sobre as doenças infecto parasitárias.