Modelos experimentais alternativos para o treinamento de incisões cirúrgicas
DOI:
https://doi.org/10.4322/prmj.2017.010Palavras-chave:
cirurgia geral, ensino, aprendizagemResumo
Objetivo: desenvolver curso com modelos experimentais alternativos no treinamento de incisões cirúrgicas para estudantes de Medicina. Método: participaram 10 homens e 10 mulheres, alunos do 2º e 3º anos do curso de Medicina, sem treinamento cirúrgico prévio. Após aula instrutiva sobre incisões cirúrgicas executaram treinamento em quatro modelos alternativos: presunto com queijo; banana; laranja e toucinho. Em cada modelo foram executadas incisões lineares, circulares, quadradas e elípticas. Foram avaliados: capacidade de realizar uma incisão completa ou incompleta, número de lesões nos frutos quando a casca era seccionada completamente ou com profundidade exagerada, e o tempo necessário para realizar a tarefa. Os alunos foram avaliados com os mesmos exercícios em dois tempos, com intervalo de uma semana, após terem treinado em casa por aproximadamente 15 minutos por dia. Os dados da avaliação foram anotados em ficha padrão e comparados estatisticamente pelos testes de Friedman e teste T, sendo os dados de cada estudante controle dele próprio. Resultados: Quanto à evolução no tempo das incisões, observou-se queda não significante na média, de 29,8 seg. para 28,0 seg. (p=0,1175), ocorrendo o mesmo com o número de lesões que baixou de 9,95 para 8,70 (p=0,8231). Quando analisadas as incisões completas, houve aumento estatisticamente significante nas médias, que passaram de 12,55 para 17,85 (p=0,0008), enquanto as incompletas caíram 14,35 para 9,45 (p=0,0017). Conclusão: O treinamento de incisões com modelos alternativos mostrou-se eficiente no ganho de cognição e habilidades em todos os parâmetros analisados, apresentando ganho estatisticamente significante na precisão e destreza em realizar as incisões.
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