Frequência de profilaxia para tromboembolismo venoso

Autores

  • Otávio Augusto Gomes da Paz Centro Universitário do Estado do Pará
  • César Augusto Muniz Caldas Universidade Federal do Pará
  • Breno Martins Farinazo Centro Universitário do Estado do Pará
  • Thais Motta Mattos Centro Universitário do Estado do Pará

DOI:

https://doi.org/10.4322/prmj.2017.002

Palavras-chave:

tromboembolismo venoso, enoxaparina, profilaxia

Resumo

Objetivo: Identificar a frequência da utilização de profilaxia para trombose venosa profunda e comparar a utilização de profilaxia para TVP nas enfermarias de Clínica Médica e Cirúrgica da FHCGV. Método: Estudo do tipo transversal e descritivo, no período de marco a outubro de 2016, envolvendo 38 pacientes, 29 clínicos e 9 cirúrgicos. Os dados foram coletados a partir dos prontuários e prescrições médicas. Os pacientes foram estratificados conforme o risco de tromboembolismo venoso (aplicando-se o escore de Pádua modificado por Kucher para pacientes clínicos, e o escore de Caprini para os pacientes cirúrgicos). Definimos a presença de profilaxia adequada ou inadequada para TEV seguindo as recomendações internacionais do American College of Chest Physicians. Resultados: Foi constatada uma frequência de profilaxia para TEV igual a 100%, uma vez que todos os pacientes estavam recebendo algum tipo de profilaxia, medicamentosa e/ou não-medicamentosa. Porém, ao analisarmos a adequação da profilaxia de acordo com o grupo de risco e as recomendações para a profilaxia, verificamos que no grupo cirúrgico, 5 pacientes (55,56%) apresentaram profilaxia adequada, e 4 pacientes (44,44%), inadequada. No grupo clínico, observou-se que 14 pacientes (48,28%) apresentaram profilaxia adequada e 15 (51,72%), inadequada. Não houve tendência significativa entre os grupos (p>0.05). Conclusão: Foi possível observar que dentre os pacientes analisados, nenhum deixou de receber profilaxia para TEV, porém ao se estratificar em riscos nota-se que os pacientes nos grupos de médio e baixo risco foram os que mais frequentemente receberam profilaxia inadequada, enquanto que entre os de alto risco foram os que receberam profilaxia adequada com maior frequência. Pudemos concluir que é de suma importância estabelecer protocolos com base no perfil da instituição, melhorando assim a assistência ao paciente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Otávio Augusto Gomes da Paz, Centro Universitário do Estado do Pará

Médico reumatologista, graduado pela Universidade do Estado do Pará, médico assistente na FHCGV; docente no ambulatório de Reumatologia do CESUPA.

César Augusto Muniz Caldas, Universidade Federal do Pará

Médico reumatologista, graduado pela Universidade Federal do Pará; docente da disciplina de clínica médicaBMF e TMM são médicos especialistas em clínica médica pelo programa de Clínica Médica da FHCGV; graduados pelo Centro Universitário do Estado do Pará.

Referências

GOLDHABER SZ. Trombose venosa profunda e tromboembolia pulmonar. In: Longo DL, Fauci AS, Kasper DL, Hauser SL, Jameson JL, et al. Medicina interna de Harrison. 18. ed. Porto Alegre: Artmed; 2013. p. 170-77.

GEERTS WH, BERGQVIST D, PINEO GF, HEIT JA, SAMAMA CM, LASSEN MM, et al. Prevention of venous thromboembolism: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice in Guidelines (8th edition). Chest. 2008;133(6):381S-453S.

BRANDÃO No RA. Trombose venosa profunda. In: Emergências clinicas: abordagem prática. 8. ed. São Paulo: Manole; 2013. p. 713-24.

SAAD PF, NESER RA, SAAD Jr R. Tromboembolismo venoso. Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Programa de Auto-avaliação em Cirurgia. 2004;3:4-17.

WHITE RH. The epidemiology of venous thromboembolism. Circulation. 2003;107(23 Suppl 1):4-8. PMid:12814979.

KAHN SR, HIRSCH A, SHRIER I. Effect of postthrombotic syndrome on health-related quality of life after deep venous thrombosis. Arch Intern Med. 2002;162(10):1144-8. PMid:12020185. http://dx.doi.org/10.1001/archinte.162.10.1144.

MAFFI FHA, ROLLO HA. Trombose venosa profunda dos membros inferiores: incidência, patologia, patogenia, fisiopatologia e diagnóstico. In: Maffi FHA, Lastória S, Yoshida WB, Rollo HA. Doenças vasculares periférica. 3. ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 2002.

MAFFI FHA, CAIAFA JS, RAMACCIOTTI E, CASTRO AA. Grupo de Elaboração de Normas de Orientação Clínica em Trombose Venosa Profunda da SBACV. Normas de orientação clínica para prevenção, diagnóstico e tratamento da trombose venosa profunda (revisão 2005). Salvador: SBACV; 2005 [citado em 2016 maio 15]. Disponível em: <http://www.jvascbr.com.br/Arquivo_4.pdf>.

BARRETO SSM, ALBUQUERQUE GC. Tromboembolia pulmonar aguda. In: Lopes AC. Tratado de Clínica Médica. 2. ed. São Paulo: Roca. Cap 246, p. 2720-35. vol 2.

CAPRINI JÁ, TAPSON VF, HYERS TM, WALDO AL, WITTKOWSKY AK, FRIEDMAN R, et al. Treatment of venous thromboembolism: adherence to guidelines and impact of physician knowledge, attitudes, and beliefs. J Vasc Surg. 2005;42(4):726-33. PMid:16242561. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2005.05.053.

ARNOLD DM, KAHN SR, SHRIER I. Missed opportunities for prevention of venous thromboembolism: an evaluation of the use of thromboprophylaxis guidelines. Chest. 2001;120(6):1964-71. PMid:11742929. http://dx.doi.org/10.1378/chest.120.6.1964.

GARCIA ACF, SOUZA BV, VOLPATO DE, et al. Realidade do uso da profilaxia para trombose venosa profunda: da teoria à prática. J Vasc Bras. 2005;4(1):35-41.

PITTA GBB, LEITE TL, SILVA MDC, MELO CFL, CALHEIROS GA. Avaliação da utilização de profilaxia da trombose venosa profunda em um hospital escola. J Vasc Bras. 2007;6(4):344-51. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492007000400008.

GUYATT GH, EIKELBOOM JW, GOULD MK, GARCIA DA, Crowther M, Murad MH, et al. Approach to outcome measurement in the prevention of thrombosis in surgical and medical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines. Chest. 2012;141(2 Suppl):e185S-e194S.

PITTA GBB, GOMES RR. A frequência da utilização de profilaxia para trombose venosa profunda em pacientes clínicos hospitalizados. J Vasc Bras. 2010;9(4):220-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492010000400003.

CAPRINI JA, ARCELUS JI, REYNA JJ. Effective risk stratification of surgical and nonsurgical patients for venous thromboembolic disease. Semin Hematol. 2001;38(2 Suppl 5):12-9. PMid:11449339. http://dx.doi.org/10.1053/shem.2001.25184.

KUCHER N, KOO S, QUIROZ R, COOPER JM, PATERNO MD, SOUKONNIKOV B, et al. Electronic alerts to prevent venous thromboembolism among hospitalized patients. N Engl J Med. 2005;352(10):969-77. PMid:15758007. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa041533.

ALCKMIN CAV, GARCIA MD, BRICOLA SAPC, MARTINS MA, LICHTENSTEIN A, PAIVA EF. Venous Thromboembolism risk assessment in hospitalized patients: a new proposal. Clinics. 2013;68(11):1416-20. PMid:24270953. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2013(11)06.

ROCHA AT, BRAGA P, RITT G, LOPES AA. Inadequacy off thromboprophylaxis in hospitalized medical matients. Rev Assoc Med Bras. 2006;52(6):441-6. PMid:17242783. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302006000600026.

DEHEINZELIN D, BRAGA AL, MARTINS LC, MARTINS MA, HERNANDEZ A, YOSHIDA WD, et al. Incorrect use of thromboprophylaxis for venous thromboembolism in medical and surgical patients: results of multicentric, observational and cross-sectional study in Brazil. J Thromb Haemost. 2006;4(6):1266-70. PMid:16706970. http://dx.doi.org/10.1111/j.1538-7836.2006.01981.x.

MARTINO MA, BORGES E, WILLIAMSON E, SIEGFRIED S, CANTOR AB, LANCASTER J, et al. Pulmonary embolism after major abdominal surgery in gynecologic oncology. Obstet Gynecol. 2006;107(3):666-71. PMid:16507939. http://dx.doi.org/10.1097/01.AOG.0000200046.28199.ae.

OKUHARA A, NAVARRO TP, PROCÓPIO RJ, Bernardes RC, Oliveira LCC, Nishiyama MP. Incidência de trombose venosa profunda e qualidade da profilaxia para tromboembolismo venoso. Rev Col Bras Cir. 2014;41(1):2-6.

VAZQUEZ F, WATMAN R, TABARES A, GUMPEL C, BALDESSARI E, VILASECA AB, et al. Risk of venous thromboembolic disease and adequacy of prophylaxis in hospitalized patients in Argentina: a multicentric cross-sectional study. Thromb J. 2014;12:15. PMid:25024645. http://dx.doi.org/10.1186/1477-9560-12-15.

COHEN AT, TAPSON VF, BERGMANN JF, GOLDHABER SZ, KAKKAR AK, DESLANDES B, et al. Venous thromboembolism risk and prophylaxis in the acute hospital care setting (ENDORSE study): a multinational cross-sectional study. Lancet. 2008 fev 2;371(9610):387-94. PMid:18242412. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(08)60202-0.

Downloads

Publicado

2017-07-30

Como Citar

Paz, O. A. G. da, Caldas, C. A. M., Farinazo, B. M., & Mattos, T. M. (2017). Frequência de profilaxia para tromboembolismo venoso. Pará Research Medical Journal, 1(1), 1–8. https://doi.org/10.4322/prmj.2017.002

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa