Aspectos epidemiológicos dos agravos em saúde mental no estado do Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5327/prmj.2022.002Palavras-chave:
perfil epidemiológico, internação involuntária, assistência à saúde mentalResumo
Objetivo: Analisar os aspectos epidemiológicos dos agravos em saúde mental no estado Pará, Brasil, no período de 2010 a 2020. Método: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, com abordagem quantitativa em uma série temporal de 10 anos, utilizando dados levantados através do Sistemas de Informação de Agravos e Notificação. Resultados: 30.586 ocorrências notificadas com o Classificação Internacional de Doenças 10 correspondente ao capítulo de doenças psiquiátricas, as quais foram predominantemente do sexo masculino, em faixas etárias de população em idade ativa, compreendendo as faixas etárias de 20 a 49 anos e pardos. O número de óbitos notificados foi de 81, representando 0,26% da amostra. Conclusão: Homens têm maior número de internações psiquiátricas em virtude da sintomatologia psíquica mais severa e precoce, devido ao alcoolismo – principal justificativa clínica para internações involuntárias serem mais prevalentes no sexo masculino, além de apresentarem menores índices de procura por serviços primários de saúde. Em relação à faixa etária, os indivíduos são majoritariamente economicamente ativos, cujo grande índice de desemprego durante as internações pode agravar a evolução do quadro. A população estudada é predominantemente parda, assim como a maioria da população brasileira. Já quanto aos óbitos, o baixo número pode ser explicado pela proteção e cuidado oferecidos pelos hospitais psiquiátricos. Por fim, ressalta-se a necessidade de propostas para melhora da longitudinalidade do cuidado e suporte adequado para pacientes desinstucionalizados, visto que indivíduos com alta de hospitais psiquiátricos evidenciam aumento da taxa de mortalidade após o período de internação.
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